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Tuesday, March 12, 2013

DIGITAL BORREGOS IN A DIGITAL WORLD


Um destes dias, alguém entendido no assunto tomava uma ilustração executada com materiais convencionais (popularmente designado por “à mão”), por uma ilustração feita em computador (também feito à mão mas designado como “digital”). A distração pode ser apenas divertida, como também pode ser um sinal de que tudo volta à normalidade, que ficou para trás o tempo em que as máquinas faziam coisas sem intervenção humana e portanto facilmente identificáveis por não terem alma. Armados de um incompleto regresso, como são todos os regressos à normalidade, sentir-nos-emos agora à vontade para argumentar que tudo se resume a uma questão de gosto.

O computador tem sido a minha quase perfeita caixa de ferramentas, arquivo, fonte de informação, lápis, papel, caneta, pincel e tintas. Para além do mais, fácil de transportar. Trabalho há anos com um pequeno HP510 agora a caminho da reforma, cujo ecrã faz fraca figura ao pé dos Macs do tamanho de janelas de autocarro que se costumam usar para estas coisas, mas que tem dado conta corajosamente do recado. Afinal não se pretende que ele execute design gráfico, mas apenas que conte boas histórias, complicadas de argumento mas agradáveis de ler.

Durante algum tempo não descansei enquanto não consegui executar nele todo o processo criativo. Só recentemente voltei a misturar desenho “à mão” com desenho “digital” e tenho que reconhecer que a mistura é mais rica. Aqui poderíamos eternizar a questão pois, no meu entender, há sempre o risco da mistura ser demasiado rica, rebuscada, gongórica, facilmente agradável, enjoativa e mais uns quantos classificativos que se poderiam usar sem exagero.

Regressando à normalidade. Desenho digital, coadjuvado ou não pelo desenho à mão, está aí, um pouco por todo o lado, e como há quantidade e diversidade de material que chegue para puxar pelo gosto, não há desculpa para arrumar com todo o digital duma só vez. Tanto pode ser digital de escola como digital desbravado a olho. Pode ser digital com forte sabor a digital, digital literalmente a dedo, digital decalcado, digital das distorções e dos efeitos 3D, digital depurado, de traço simples, digital com ferramentas definidas em Photoshop, digital que se vê logo que é Illustrator, digital simplório, fascinado pelo uso intensivo de airbrushing, digital disfarçado, com sabor a pintura a óleo, acrílico ou pastel, digital discreto, que não alardeia a sua digitalidade, e mais uma quantidade de pequenas e grandes variantes, não contando com a linha dura, os digitais pesados que fascinam multidões e que, para muita gente, é o único digital que merece esse nome,

Dizia uma visitante, a propósito da exposição de pintura de um conhecido artista britânico, cuja tinha sido preparada em iPad, “Está muito bom! Isto são árvores verdadeiramente inglesas”. Ora bem, que para digital pindérico não está nada mal.

Sunday, March 10, 2013

VÁRIAS MANEIRAS DE MATAR GATOS



A acusação equivalia a crueldade literária sem fundamento ou proveito, e contestava a minha afirmação de que o homem gostava de gatos. Era pelo menos a sétima vez que batíamos no livro, ora porque soava a oco, ora porque estava salpicado de referências culturais que não estavam lá a fazer nada, incluindo no título. Agora eram os gatos.

Eu tinha lido algures que o autor metia gatos com frequência nos livros e lembrava-me de uma parte com gatos, que me tinha agradado e da qual não constava qualquer crueldade. De resto, o livro era um buraco na minha memória, entre uma série de avanços promissores e uns quantos finais tépidos.

Mas, para além da maldade de assim prender o leitor a nada de especial, havia a questão da crueldade. Um capítulo inteiro a matar gatos. Seiscentas páginas de avanços promissores e de finais tépidos e, ainda por cima, um capítulo inteiro a matar gatos sem qualquer necessidade ou proveito!

Disse que devia haver aí confusão, gato assassinado havia um, de um escritor japonês, tal como o anterior, lá dentro na prateleira de cima da estante da sala, cerca de cento e oitenta páginas de história bem agarrada e sem falsas promessas, com seis páginas de crueldade sobre um felino que não se esquecem facilmente.

Mas, por fim, tive que reconhecer existir, entre as seiscentas páginas, um capítulo inteiro de crueldade rapidamente esquecida. Quanta abundãncia de palavras para uma amnésia emocional!

Não sei se os outros livros deste autor também são assim. Sei que escreve um livro por ano, vende muito e é apoiado por uma incondicional corte de admiradores.

Monday, February 11, 2013

VACA EQUINA

Já cá fazia falta. Não será a altura para matar o borrego?

Sunday, February 10, 2013

LAGOSTA

Há borrego que julga não acabar no prato se passar por lagosta.

Saturday, February 09, 2013

OSSINHOS


Quantos sentidos tem este cartoon?

Se respondeu nenhum à pergunta anterior, é um verdadeiro, um autêntico, borrego. Se já se riu por lá ter a palavra crise, esqueça, já está abatido. Se se riu por lá ter a palavra borrego, ao menos é um abatido bem disposto. Caso tenha respondido 1 pode considerar-se um visitante não particularmente interessado ou inteligente, ou um visitante médio distraído. Se descortinou 2 sentidos, ainda que um deles fugidiu, pode considerar-se um visitante médio ou médio com tendência para o alto, dependendo da nitidez com que os percepciona. Se viu 3 é porque nada lhe escapa, e mais do que 3 por certo que já é o efeito chuveiro, escapam sempre uns por outros e o autor não se acha responsável por alguns deles.