Monday, October 01, 2012

LOST HEROES

O ano de 2009 viu projetos começados, retomados várias vezes e em versões diferentes, nos anos seguintes, mas nunca acabados. 2010 foi o ano apostado em preparar a mudança, que terminou no regresso a Portugal para a realização do filme Fado na Noite. 2011 foi o do enterro no lodaçal em que o país se transformou. Apesar disso o filme foi acabado em 2012, dentro do prazo. Mas o lodaçal estende-se a perder de vista e todo este período a patinhar na lama não foi especialmente criativo.

Um dos projetos iniciados em 2009 tem ainda hoje como título provisório O Arrulhar das Fúrias, um dos vários que lhe fui dando, e cresceu um pouco, engordou o argumento, ao longo deste período. Acabou por tornar-se no princípio de uma coisa séria.
Mas, enquanto o argumento engordava eu ia-lhe arranjando companhia, personagens mais ou menos importantes para a história, como se ela não pudesse sobreviver sem um exoesqueleto de heróis, sempre com uma personagem feminina à cabeça. Podem ver-se algumas das figuras na amostra acima.

Estas figuras têm duas coisas em comum: uma, a história que pretendem dirigir, nas suas várias versões, e, duas, o facto de serem descartáveis. É um acontecimento muito comum, na vida, figuras que pretendem dirigir alguma coisa serem, na verdade, descartáveis.

Pois, a bem da história, eu descartei-as. Vou dar-lhes emprego, a algumas como figurantes, mas apenas isso.

Mas não vou largar a história. Com as Fúrias não se brinca!


Nota: apercebi-me, há pouco tempo, que há quem faça uma leitura rigorosamente literal do que é escrito aqui. Convém por isso assinalar que este texto não é uma lista exaustiva das minhas atividades destes anos, nem sequer dos acontecimentos ligados à banda desenhada (houve dois livros, um prémio, vários festivais etc.), se bem que o panorama tenha sido, no geral, duma grande pobreza. Convém, ainda, assinalar, a propósito desta minha última afirmação, que isto não significa que o que se fez tenha sido mal feito, mas sim que foi pouco, muito pouco, mesmo. Convém, ainda, assinalar, a propósito desta minha última afirmação, que ela se refere sobretudo a uma situação geral, a um conjunto de particulares e a uma conjuntura que nos abrange a todos, e não a nenhum particular em especial, ou ao próprio. Se me esqueci de algo, estou aberto a esclarecimentos.


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